Evergrande perde prazo, deixa investidores estrangeiros no escuro e ações voltam a despencar
Ações da incorporadora fecharam em forte queda em Hong Kong; notícia aciona modo de aversão ao risco nos mercados internacionais

A megaincorporadora chinesa Evergrande perdeu um importante prazo para o pagamento de juros de um título denominado em dólares e deixou os investidores estrangeiros no escuro em relação à quitação da dívida, informam agências de notícias internacionais.
Além de as ações da endividada empresa chinesa terem despencado 11,6% na sessão de hoje na bolsa de valores de Hong Kong, sua omissão em relação à dívida acionou o modo de aversão ao risco entre os investidores nos mercados internacionais.
Dois vencimentos estavam programados para ontem
Subsidiárias da Evergrande tinham dois vencimentos programados para ontem, um em moeda local e outro em dólar.
Em relação aos 232 milhões de renminbis (US$ 35,9 milhões) devidos pela Hengda Real Estate, houve um acordo com os credores, algo que foi celebrado e refletiu nas ações ontem.
No que diz respeito a US$ 83,5 milhões em cupons de bônus denominados em dólar que também deveriam ter sido depositados na quinta-feira, pessoas ligadas aos credores estrangeiros disseram à Reuters que não havia sinal do dinheiro.
Além disso, não havia manifestação da Evergrande sobre o tema, o que azedou ainda mais o ambiente.
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Tecnicamente, a Evergrande tem 30 dias para efetuar os depósitos antes de ser formalizada a situação de calote.
Analistas têm advertido, porém, que a probabilidade de calote aos investidores estrangeiros é mais alta do que aos credores chineses.
Dívida em moeda estrangeira representa 6,5% total
A Evergrande tem uma dívida estimada em US$ 305 bilhões (R$ 1,6 trilhão na cotação de hoje), sendo US$ 20 bilhões em moeda estrangeira.
É verdade que o governo da China e os bancos locais estão empenhados nas negociações, e os credores de dentro do país têm-se mostrado mais dispostos a negociar.
Mas, ainda que os credores externos detenham apenas 6,5% do bolo da dívida, especialistas advertem que os detentores de bônus estrangeiros têm menos propensão a aceitar acordos e descontos, o que tende a arrastar o impasse.
Próximos vencimentos
E enquanto a Evergrande mantém os investidores estrangeiros no escuro, algo que é considerado comum em casos de empresas altamente endividadas, as atenções se voltam para os próximos vencimentos.
Outro bônus denominado em dólar vencerá na semana que vem, este no valor de US$ 47,5 milhões.
Em termos de volume, o próximo grande montante - estimado em US$ 835 milhões - está programado para março do ano que vem.
Evergrande não foi alertada por auditoria
Apesar de a Evergrande ter acumulado enormes dívidas, a gigante do setor imobiliário chinês nunca recebeu um alerta de sua auditoria, segundo a agência Dow Jones.
Em relatório anual divulgado meses atrás, a unidade da PricewaterhouseCoopers (PwC) em Hong Kong aprovou as contas da Evergrande referentes a 2020.
Diante da situação da Evergrande, o procedimento normal seria fazer um alerta, expressando dúvidas sobre a capacidade da empresa de manter a solvência por ao menos 12 meses.
Agora, à beira do colapso financeiro, a Evergrande contratou consultores financeiros, sugerindo uma possível reestruturação, e o governo da China orientou governos locais a se prepararem para o pior.
Procuradas, a PwC e a Evergrande não se manifestaram sobre o teor da reportagem.
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